A ensilagem é o método de conservação de forragens no qual esta sofre bastantes alterações. Este método de conservação tem como objetivo a conservação da forragem em verde, com um elevado teor de humidade, com um mínimo de perdas e sem a formação de produtos tóxicos para o animal.

Para conseguirmos um produto final de qualidade é necessário:

  • Alcançar e manter condições de anaerobiose (ausência de O2), para limitar a atividade oxidativa das enzimas da planta e da flora aeróbica, pois produzem perdas consideráveis;
  • Impedir o desenvolvimento da flora butírica que causa putrefação e decomposição dos aminoácidos em gás carbónico, NH3 e compostos azotados que podem ser tóxicos para os animais. Esta flora não sobrevive a pH baixo e o modo mais natural de inibir a sua atividade é favorecer o desenvolvimento da flora láctica, pois esta conduz a uma redução rápida do pH.

 

Para valorizar a importância de uma boa conservação da silagem é necessário compreender as alterações que a esta sofre durante o processo desde que a planta é cortada, conservada no silo e retirada para a alimentação animal. Quando todo este processo não é feito nas melhores condições as perdas de MS podem ser consideráveis, aumentando assim os custos de produção.

Durante as várias fases da ensilagem (campo, silo e alimentação), ocorrem perdas de MS com maior ou menor expressão em função da tecnologia utilizada e do processo fermentativo que se estabelece.

As perdas podem ocorrer de diversas formas, entre as quais podemos salientar:

  • Perdas mecânicas: ocorrem entre o corte e a deposição no silo. Um bom funcionamento das máquinas na cadeia de ensilagem e uma boa sintonia entre a máquina de ensilar e os veículos de transporte da forragem para o silo, não permitem que as perdas de MS sejam superiores a 2%;
  • Perdas por respiração: as perdas por respiração começam desde o corte da planta até que se esgote todo o oxigénio no interior do silo. Portanto, quanto mais rápido for o enchimento e fecho do silo, menores são as perdas. Após o corte, a planta não cessa imediatamente a sua atividade continuando a respirar, assim as perdas começam logo após o corte, em presença de oxigénio, e afetam sobretudo os hidratos de carbono solúveis que são consumidos e que serão importantes mais tarde como substrato para as bactérias lácticas necessárias na fermentação da silagem;
  • Perdas por fermentação: podem variar entre os 5 e os 10% e dependem do tipo de fermentação desenvolvida, sendo as fermentações homoláticas as mais econômicas e eficientes em termos de açúcares desdobrados e de ácido láctico produzido;
  • Perdas por efluentes: a água em excesso é expulsa do silo através da compactação da forragem. Juntamente com a água são arrastados açúcares, frações azotadas solúveis, minerais, vitaminas e ácido lático entre outros;

 

Perdas na alimentação: começam a ocorrer ao desensilar, transportar e distribuir pelos animais. Após abertura do silo, a silagem exposta ao ar, sofre perdas associadas às alterações de natureza química.

 

Fases da fermentação da silagem

O processo de fermentação pode ser resumido em três fases: aeróbia (presença de oxigénio), que ocorre durante a colheita e enchimento do silo; em seguida passa para a fase anaeróbica (ausência de oxigénio), condição que permite o crescimento de bactérias láticas e redução de pH; e finalmente, retorna à aeróbica com a abertura do silo e retirada ou movimentação da silagem. A Figura 1 resume de uma forma esquemática as alterações que a silagem sofre ao longo do processo fermentativo.

Figura 1. Fases da fermentação da silagem.

 

Cobertura e vedação do silo

Após uma boa compactação, o silo deve ser coberto e bem vedado, e de forma rápida para evitar os efeitos negativos da entrada de ar na massa já armazenada. Hoje em dia existem soluções tecnológicas que permitem vedar de forma eficaz o silo, sendo que o objetivo é criar uma barreira de entrada de oxigénio na massa verde. Esta barreira deve ser composta por filmes de qualidade cujo custo é diluído no enorme valor da silagem armazenada. O departamento técnico da Ucanorte XXI, atento às novas soluções de proteção e conservação da silagem, disponibiliza no mercado soluções que garantem ao Produtor um produto final de qualidade, sem perdas por fermentações indesejáveis quando existe entrada de ar no silo por utilização de produtos de fraca qualidade.

Recomendamos colocar uma película impermeável de 40μ (Triotech), que se adapta completamente à superfície da silagem, atuando como uma primeira barreira à entrada do O2. Após a aplicação da película deverá colocar-se um filme de alta qualidade com 125μ (Oxiprotec), para vedar completamente a silagem, e, para evitar danos provocados por animais no exterior, colocamos uma malha protetora (Silonet) que pode ser reutilizável em vários anos, diluindo assim o custo no tempo de utilização. As soluções recomendadas representam um investimento de 0,05% do valor da silagem protegida, e que não deve ser encarada de ânimo leve quando queremos proteger o alimento que vai ser a nossa base de alimentação para um ano inteiro.

Texto: Equipa Técnica Ucanorte XXI