A pirale do milho pertence à classe dos insetos, ordem dos lepidópteros e família Pyralidae. Na última fase do seu ciclo de vida fica alojada nos caules da planta ou na espiga de milho provocando graves prejuízos na cultura e, consequentemente, perda de produção e rentabilidade. É no estado de larva que os prejuízos causados na produção podem ser mais severos, quer ao nível da estrutura da planta (caules, folhas e flores masculinas), quer nas espigas colocando em causa a produção de grão.
As larvas danificam todas as partes aéreas da planta, alimentam-se primeiro dentro dos verticilos e nervuras centrais, e mais tarde cavam galerias nos caules, nos pendões e nas espigas. Destroem tecidos internos que transportam água e nutrientes, levando a um crescimento atrofiado da planta com menos área de folhas e consequente produtividade reduzida. As galerias no colmo enfraquecem a capacidade de sustentação da planta e favorecem a acama. As galerias feitas pelas larvas são utilizados por fungos que colonizam a planta, com o consequente apodrecimento dos tecidos. As toxinas produzidas por estes fungos prejudicam ainda mais a qualidade da produção.
As larvas hibernam em resíduos vegetais no solo e emergem na primavera. Os adultos da Pirale do milho são ativos durante a noite. Os adultos machos têm um corpo fino, com asas de cor acastanhada com padrões serrilhados amarelos.
As fêmeas são mais esguias, castanho-amareladas com várias faixas em ziguezague mais escuras ao longo das asas. Elas depositam massas de ovos brancos na superfície inferior das folhas, normalmente quando o vento está calmo e as temperaturas elevadas. As larvas são de um branco sujo a rosado bronzeado, com pele lisa, sem pelos, e manchas escuras por todo o corpo. Baixa humidade e baixas temperaturas noturnas assim como chuvas intensas são prejudiciais à postura dos ovos e à sobrevivência do inseto.

Foto: Obermeyer

Foto: Obermeyer

Borboleta Fêmea – Foto: B. Christine
É possível fazer o seu controle biológico com predadores parasitoides e bioinsecticidas. Nos parasitoides incluem-se o Percevejo Verde Orius insidious, crisopídeos, várias espécies de Joaninha, A Mosca tachinídea Lydella thompsoni e vespas das espécies Eriborus terebrans, Simpiesis viridula e Macrocentris grandii. Os pássaros podem ainda eliminar de 20 a 30% das larvas hibernantes.
Os bioinseticidas à base de Espinosade ou Bacillus thuringiensis também funcionam e são uma alternativa mais sustentável que o controle químico.
Para o seu controle químico existem diversos inseticidas que podem ser utilizados para controlar as populações da broca, estes devem ser aplicados em momentos específicos e oportunos de forma eficaz para evitar vários tratamentos.
Medidas preventivas para controle da população:
- Sementeiras precoces evitam o pico de população da praga;
- Monitorizar regularmente os campos;
- Utilizar armadilhas de forma a evitar aumentos da população;
- Controle das ervas daninhas nos arredores e campos vizinhos que servem de hospedeiros;
- Lavouras profundas para expor as pupas que hibernam no solo;
- Rotação de culturas com espécies não hospedeiras para romper o ciclo de vida da praga.
Resumo dos prejuízos causados pela Pirale:
- As larvas danificam todas as partes aéreas da planta;
- Alimentam-se das nervuras centrais, caules, pendões e espigas;
- Crescimento atrofiado, com menos folhas e produtividade reduzida;
- As galerias nos caules danificam a capacidade das plantas de sustentação e favorecem a acama;
- As espigas ficam com os grãos danificados com redução da produtividade;
- As galerias são colonizadas por fungos que provocam o seu apodrecimento.
Fonte: https://extension.entm.purdue.edu/fieldcropsipm/insects/euro-cornborer.php